Todos nós que pensamos em finanças temos sempre em mente o longo prazo, a menos é claro que algo excepcional aconteça e encurte nosso caminho até a IF. Como eu não incluo mega-sena nos meus planos (apesar de dar uma brincada de vez em quando), o jeito é mirar no longo prazo mesmo.
Aproveitando o gancho, esse post estava em rascunho há mais de uma semana, e nesse meio tempo vi uma discussão bacana sobre planejamento no blog do
Corey e do
Dividendos e achei que vale a pena
linkar pois tem a ver com o assunto.
Como muita gente, eu e a Sra T.I., ainda quando estávamos na faculdade, traçamos nossos alvos financeiros. Na época não tínhamos um valor exato, mas depois de alguns anos, quando a falta desse número incomodou, definimos nosso alvo: somando o salário dos dois deveríamos ganhar R$ 12.000,00/mês.
Nós não somos de famílias com grana, então achamos esse valor bem interessante. Nessa época tínhamos 20 e poucos anos, começando a trabalhar, e para nós era um objetivo de longo prazo.
Graças a Deus as coisas têm dado certo até aqui, e agora, ainda na casa dos 25 anos, chegamos nesse valor :)
Mas aí tem um "problema", como fica o planejamento?
Reposicionando o alvo
Como acreditamos que a renda dos nossos investimentos irão funcionar como um plus na nossa renda, não precisamos ambicionar um salário de empresário bem sucedido, como algo em torno de R$ 50.000,00 por mês. Somos mais "modestos" e chutamos um número mágico de R$ 20.000,00 de salário líquido até os 40 anos. Podíamos estipular R$ 15.000,00 até os 30 anos, mas estamos admitindo baixar a renda por um período para aumentar depois. Seria aquela abaixada antes do salto.
Nunca tivemos uma veia empreendedora, e assim como alguns colegas, também não vemos esse glamour todo em ter o próprio negócio. Pra gente o que vale mais é ter dinheiro passivo. Esse dinheiro pode vir tanto de um investimento (passivo real), ou de algo que você não se esfole para ganhar.
Até agora empreendedorismo não tem sido uma opção, pois durante muito tempo não dá pro dono do negócio tirar umas boas férias, viajar, esquecer do trabalho, etc. Não que sejamos preguiçosos, mas queremos ter filhos de carne e osso, não de tijolo. Porque uma empresa jovem é quase como um filho, mas você não pode passar protetor solar nela e a levar à praia nas férias :)
(comentário Sra. T.I.: adoro essas ilustrações do Sr. T.I, rss)
Sendo assim, escolhemos o caminho dos estudos. Estudar é um ativo maravilhoso, existem cargos muito bem remunerados apenas esperando alguém que não tenha preguiça de estudar. É um trabalho tão duro quanto, ou quem sabe pior que manter uma empresa no início, com a diferença que se no meio do primeiro ano quisermos tirar um mês de férias, só vamos atrasar o objetivo em um mês (na verdade um pouco mais), e sem correr o risco de quebrar, pois continuaremos trabalhando. Em contrapartida, depois de chegarmos lá o salário aumenta muito, e em alguns casos há a possibilidade de trabalhar meio período.
Como passar em algum concurso top demanda tempo, estamos considerando por algum período diminuir o ritmo do trabalho para ter mais tempo de estudo, por isso comentei ali em cima de baixar um o salário antes de chegar no objetivo.
Mudança de carreira pode ser uma alternativa
Eu e a Sra TI gostamos do trabalho que temos, mas eu sempre tive vontade de fazer uma segunda faculdade, pois durante minha graduação eu tinha matérias de áreas diferentes e gostava muito. Minha ideia passou a ser fazer outra faculdade, em algum tempo, em uma área diferente da minha formação inicial, para "abrir a cabeça".
Me considero bem sucedido na área que atuo, tendo um salário até acima da média da minha região, logo cogitar essa possibilidade não é uma fuga por eu ser ruim no que faço.
De uns tempos pra cá, começamos a pensar: já que nosso objetivo é um concurso top, e temos um bom tempo até nossa próxima meta, essa segunda faculdade poderia abrir mais ainda as possibilidades. Alguns podem questionar se vale a pena deixar de fazer algo que gosta para ganhar mais. A minha resposta nesse caso é: quem disse que eu preciso gostar de apenas uma coisa? Ou ainda, por que não posso continuar atuando na minha formação original (atualmente a única) como um lazer no futuro?
Metas intermediárias ajudam a motivar
Obviamente nem tudo é salário. Conta muito a qualidade de vida que você vai conseguir manter enquanto ganha aquele salário. Tanto que desde que começamos a trabalhar evoluímos mais ou menos assim:
1. Gostaria de ganhar R$ 2.000,00; (nos tempos de estagiário esse valor era emblemático :))
2. Ralamos pra caramba e passamos a ganhar 2k bruto; (o salário bruto não vem para o bolso, mas como é mais rápido de chegar do que o líquido, funciona como motivador)
3. Miramos em 2k líquido e ralamos até chegar lá;
4. Miramos por exemplo 5k e vamos repetindo o processo;
5. Quando fica complicado superar um determinado valor (perto do teto da área), passamos a procurar uma forma de ganhar o mesmo ralando menos (valor da hora trabalhada sobe);
6. Com o tempo livre que sobra dá pra investir em saúde, estudo, e assim romper o teto atual;
7. Começa tudo de novo :)
A ideia é ao chegar na próxima grande meta (20k) focar principalmente na qualidade de vida. Hoje temos qualidade de vida: pelo menos duas férias por ano (viajando só em uma), vamos à academia, gostamos de pescar. Mas no futuro a ideia é ter um nível mais bacana: três férias por ano, de preferência viajando nas três, e ter que ralar menos no dia a dia (férias não necessariamente de 30 dias).
Pra gente parece um plano bem pé no chão, com uma janela de mais de 10 anos, mas sempre tem gente que acha que é viagem. Tanto que fora do blogosfera, com raríssimas exceções, nem comentamos questões de salários. Os mais próximos até sabem nosso objetivo de passar em um concurso, mas imaginam que miramos mais baixo. (Essa semi-solidão em relação a esses assuntos que faz a gente virar blogueiro, não é?)
Pode parecer clichê, mas aprendemos na prática que o esquema é mirar alto. Não aquele papo de mirar em estrela pra acertar o teto, porque temos que mirar algo que pretendemos de fato alcançar. Mas mirando baixo corremos o risco de chegar lá muito rápido e ficarmos meio perdidos. Então o esquema é traçar uma objetivo bacana, com metas intermediárias e uma estratégia para chegar lá.
Infelizmente por paranóia para não expor muita informação a nosso respeito acabamos não podendo revelar muitos detalhes, mas nosso plano é esse aí. Sei novamente que o texto ficou grande, mas eu tenho o defeito de ter preguiça de começar a escrever, mas quando começo não quero mais parar hehehe. Acho que quando tiver mais tempo de blog vou saber administrar isso melhor e fazer posts menores e mais frequentes :)